São chamadas congênitas por serem cardiopatias já existentes antes do nascimento, e aquelas que surgem após o nacimento são denominadas cardiopatias adquiridas.
As cardiopatias congênitas deve-se a algum erro genético ou a infecções (como a rubéola, sofrida pela mãe durante a gravidez); são malformações congênitas do coração e dos vasos principais. Apesar de ao nascer já apresentarem a doença, a maioria dos bebês não apresentam sintomas ao nascimento, isso dependendo do tipo da cardiopatia e da gravidade.
Quanto aos sintomas :
- As malformações menos graves podem permanecer assintomáticos durante vários anos, nas formas menos graves. Já as mais graves podem colocar a própria vida em risco. Suas manifestações mais frequentes são fadiga muscular, cianose, sensação de falta de ar, dores torácicas e episódios de perda de consciência;
- A comunicação interventricular, a comunicação interauricular e a persistência do canal arterial provocam o desvio de parte do sangue da grande circulação, que parte para os diversos tecidos do organismo, para a pequena circulação, fazendo com que os tecidos recebam menos sangue do que o normal. Os sintomas predominantes destas malformações são a fadiga muscular, cansaço e, nos casos mais graves, episódios de perda de consciência ou mesmo síncopes;
- Já a transposição dos grandes vasos, a tetralogia de Fallot e a estenose pulmonar, se associem a alguma das malformações mencionadas no parágrafo anterior, é possível que se produza o fenómeno contrário, ou seja, parte do sangue não oxigenado que se deveria dirigir para os pulmões desvia-se para os diversos tecidos do organismo, que então recebem menos oxigénio do que o normal. Nestes casos, a manifestação predominante no paciente é a cor azulada da pele e das mucosas, denominada cianose, devido precisamente à pobre oxigenação do sangue e à peculiar tonalidade que adquire;
- E na estenose pulmonar e na coarctação da aorta, produz-se uma obstrução à passagem do sangue, o que aumenta as pressões do coração direito e esquerdo respectivamente e que, a longo prazo, conduz a uma insuficiência cardíaca.
Os exames clínicos: sopro cardíaco, respiração rápida e curta que pioram com a sucção alimentar, sudorese excessiva, anormalidades nos pulmões periféricos, cianose central e cianose de extremidades, sinais e sintomas de insuficiência cárdica e alterações do tamanho do coração ao Rx.
Como em algumas crianças a cardiopatia não apresentam sintomas, elas têm atividade física normal, ou seja, o que vai determinar a necessidade de cuidados especiais, é o grau de deterioração da função cardíaca, produzindo sintomas como falta de ar, cansaço, cianose por exemplo.
O tratamento consiste simplesmente na adopção de determinadas medidas gerais como, o repouso, por exemplo, evitar o exercício físico e a administração de medicamentos para aliviar os sintomas. De qualquer forma, nos casos mais graves, costuma ser necessário recorrer à reparação das estruturas cardíacas afectadas, quer seja através de cateterismos cardíacos ou mediante uma intervenção cirúrgica. Por fim, existem casos em que a única solução é um transplante de coração ou até do coração e pulmões.
Como exemplo um tratamento fisioterapêutico hospitalar em criança do sexo masculino, com apenas 4 meses, apresentando síndrome de down e cardiopatia congênita:
- A gestação transcorreu com muitas cólicas e aos quatro meses houve um descolamento da placenta. O trabalho de parto foi difícil, sendo assim, os médicos optaram fazer uma cesárea de urgência e foi realizado com 36 semanas de gestação. Encontrava-se inicialmente hospitalizado devido à paradas respiratórias, já no início desta internação os exames diagnosticaram a cardiopatia congênita que necessitava de cirurgia corretiva. Realizando a correção com sucesso, o paciente foi avaliado, pela fisioterapia. Onde a avaliação fisioterapêutica obteve-se o seguinte diagnóstico cinesio-funcional: Atraso no desenvolvimento neuropscicomotor, hipotonia muscular geral, padrão ventilatório normal. O paciente foi submetido ao tratamento de fisioterapia hospitalar durante a sua internação; Os objetivos iniciais do tratamento foram: estimular o desenvolvimento neuropscicomotor, melhorar a função muscular e manter a função pulmonar preparando-o para a cirurgia. Os exercícios para melhora da função muscular eram realizados na posição de pronação fortalecendo a musculatura da cervical e paravertebrais movimentando-se em extensão de tronco e pescoço, combinando com rotações laterais da cervical. Na posição sentada era estimulada a sustentação cefálica, apoio anterior e pega de objetos na linha média. Em posição supinada eram realizados estímulos para as mãos na linha média segurando objetos com texturas e formas diferentes e também coordenação ocular, seguindo objetos e procurando a direção de sons. Devido à cirurgia o paciente ficou sem o tratamento fisioterapêutico por dois dias. Seguindo no terceiro dia de pós-cirúrgico deu-se o retorno da fisioterapia. A partir deste dia o paciente começou a apresentar roncos na ausculta pulmonar, frêmitos torácicos e tiragens intercostais. Sendo assim, nestes dias, a fisioterapia teve como objetivos principais a manutenção da higiene brônquica e ventilação pulmonar.Subjetivamente, houve uma evolução caracterizada por presença de roncos na ausculta pulmonar a partir do terceiro dia.